A União Brasileira de Municípios (UBAM) tem reivindicado a partilha dos
royalties do petróleo para todos os Municípios do país, de forma
igualitária, considerando que todos os recursos naturais e minerais são
de domínio nacional, não importando sua propriedade exclusiva a qualquer
um dos entes federados. Foi o que defendeu o presidente da UBAM,
Leonardo Santana, durante o Encontro de Prefeitos, realizado em Recife.
O presidente disse que é preciso que seja promovida uma discussão mais
ampla sobre a distribuição dos royalties e participação especial entre a
União, os Estados e os Municípios.
“A UBAM defende um debate maior, por entender que os recursos
originários da extração do petróleo estão sendo distribuídos
concentradamente. O que causa um descontrole financeiro que atinge
milhares de Municípios que recebem um percentual ínfimo, em relação aos
demais, embora não seja isso que o pacto federativo apregoa.” Declarou
Leonardo Santana.
O presidente da UBAM destacou que, de acordo com Constituição Federal,
não há menção no seu texto que determinado Estado ou Município seja
produtor de petróleo, pois essa extração é feita no mar, ou seja, na
plataforma continental. Outro detalhe importante que deve ser lembrado,
segundo o dirigente municipalista, é o fato de que nenhum Estado ou
Município banca a extração, e sim o governo federal, que paga toda a
despesa, o que configura que todos os recursos provenientes dessa
extração são de domínio da União, devendo ser partilhados com todos os
entes federados.
Leonardo lamentou que a Lei 9.478/1997 institui uma alíquota que
beneficia apenas dois Estados e 29 Municípios, deixando de lado os
demais que têm direito legitimo.
“Não é possível que o governo federal e o congresso nacional permitam
que suas principais medidas continuem causando efeitos negativos para os
menores entes da federação, pois os mesmos estão cansados de saber da
situação caótica em que se encontram 81% das cidades brasileiras, que
vivem apenas dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM),
tendo a obrigação de arcar, a cada ano, com novos aumentos do salário
mínimo, do piso do magistério e com os reflexos da própria inflação, que
aumenta cada vez mais a dívida dos Municípios, enquanto o cofre da
União quase estoura de tanto dinheiro, por conta da espetacular
arrecadação de tributos que chega a 471 bilhões de reais só nos
primeiros meses de 2011, enquanto apenas 19% são distribuídos para 5.564
Municípios, entre eles 27 capitais e outras grandes cidades, que ficam
com a maior parte”. Finalizou o presidente da UBAM.
Do Política PB
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