segunda-feira, 2 de maio de 2011

Morte de Bin Laden é triunfo da CIA após 10 anos de críticas


Em abril de 1998, Osama bin Laden foi fotografado no Afeganistão. Foto: AP
Osama bin Laden - Foto: AP

A morte de Osama bin Laden representa um importante triunfo para a CIA e os serviços de informação dos Estados Unidos, que nos últimos tempos foram alvo de críticas por seus fracassos e pelas polêmicas técnicas de interrogatório.

Osama bin Laden, o terrorista mais procurado do mundo, morreu no domingo nas mãos de uma elite de soldados americanos que, em uma operação ultrasecreta, cercou e invadiu a mansão que o terrorista ocupava na cidade de Abbottabad, no Paquistão.

Com o episódio, a agência somava assim quase quatro anos de trabalho das agências de inteligência, que começou quando a CIA seguiu a pista sobre uma das pessoas que formavam o círculo mais íntimo de colaboradores de Bin Laden, concretamente um de seus "correios" ou assistentes.


A revista "Time" indicou nesta segunda-feira que a pista surgiu dos interrogatórios que Khalid Sheikh Mohamed foi submetido - considerado o cérebro por trás dos ataques do 11 de setembro, e um dos colaboradores mais próximos de Bin Laden. A CIA obteve uma informação similar do sucessor de Mohamed, Abu Faraj al-Libbi.

Ambos foram objeto das controvertidas técnicas de interrogatório aplicadas pelo Governo dos Estados Unidos, sob o mandato de George W. Bush, em prisões localizadas fora do país, concretamente na Polônia e Romênia.

Após o massacre dos atentados de setembro de 2001, o Governo Bush autorizou a CIA a realizar os interrogatórios mais agressivos da história do país, política que o executivo de Barack Obama desautorizou e desmantelou posteriormente.

Naquela época, segundo revelaram relatórios publicados, a CIA chegou a intimidar suspeitos de terrorismo com pistolas, perfuradoras elétricas, ''waterboarding'' e exposição a temperaturas extremas e o isolamento prolongado, durante interrogatório e ameaçou assassinar suas famílias.

Foram técnicas que o então vice-presidente Dick Cheney qualificou posteriormente de "refinadas", e que na sua opinião permitiram "salvar vidas e prevenir atentados terroristas".


Do Terra 

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