O papa Francisco causou uma celebração única na história do centro do Rio de Janeiro. Depois de se livrar do trânsito da avenida Presidente Vargas, o Pontífice subiu no papamóvel e passeou lentamente por um circuito pré-definido pela avenida Rio Branco, rua Araújo Porto Alegre, avenida Graça Aranha e avenida Almirante Barroso. O que se viu foi um clima de grande histeria na multidão como poucas vezes se viu por ali. E dificuldades que ameaçaram a sua segurança.
A situação ficou tensa logo na chegada ao Centro. O carro que levava o Papa até a catedral ficou preso num engarrafamento. Fiéis viram o automóvel parado, quase sem seguranças por perto e se aproximaram numa tentativa de tocar o ídolo. Muitos conseguiram. Guarda-costas se desdobraram para fazer um frágil cordão de isolamento em torno do argentino. Poderia ter acontecido um episódio grave. Por sorte, não ocorreu. Nem a Secretaria Municipal de Transportes tampouco a Polícia Federal assumiram a responsabilidade pelo erro.
Episódio parecido podia ter ocorrido durante o trajeto pela região da Cinelândia. Mas, uma hora antes da chegada do Pontífice, os voluntários tomaram a frente da organização. Armaram um cordão de isolamento durante todo o caminho, evitaram que outros fiéis tomassem as ruas e garantiram a tranquilidade de Francisco no seu circuito.
Alheios ao protocolo que o Papa seguiria, os fiéis abanavam para qualquer helicóptero que aparecia na região da Cinelândia. Ainda não era o Pontífice, mas um sinal de que ele estava por perto. Quando o papamóvel saiu da catedral, por volta das 17h, o centro entrou em ebulição completa. Milhares de celulares foram erguidos para o alto em busca de uma imagem enquanto gritos ensurdecedores eram ouvidos. Muitas pessoas choravam. Algumas corriam ao lado do carro de Francisco acenando.
Os inúmeros jovens argentinos que tomaram coragem de seguir até o Rio de Janeiro depois da escolha de um Pontífice nascido no país comemoraram. “É um presente de Deus no dia do meu aniversario poder ver o Papa, há muitos anos o seguíamos e é um orgulho ter um papa argentino”, disse o conterrâneo de Francisco, Matias Garavelli.
Do Terra
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