sábado, 29 de junho de 2013

Destilaria Tabu deixa quase 90 famílias em situação de miséria na cidade de Caaporã

Descaso, desperdício, crime ambiental ou simplesmente maldade? Essas são as possíveis respostas sobre o porquê de quase 100 hectares de uma terra produtiva e que estava servindo de subsistência para aproximadamente 85 famílias, terem sido alagadas, de uma hora para outra, por determinação do proprietário da destilaria Tabu, no município de Caaporã. A denúncia é de Ouvino Candido da Silva, que é presidente da Associação de Pequenos Agricultores de Manguba de Dentro, localizada em Caaporã.

Segundo ele, há cerda de seis anos, o proprietário da destilaria, através de uma parceria com a associação, cedeu a terra para as mais de 80 famílias de pequenos agricultores realizarem o cultivo e o devido reflorestamento da área, primando para que a terra permanecesse produtiva. O fato é que, sem avisar nada a ninguém, esse mesmo proprietário autorizou a abertura de uma comporta, uma espécie de ‘dique’, que inundou todo o local, impossibilitando o plantio e a colheita dos alimentos e, para piorar, pegando todas as famílias que contavam com aquela terra para plantar, totalmente desprevenidos.
O presidente da Associação informou que já levou o caso ao conhecimento da procuradoria de Caaporã, da prefeitura, da Câmara, do IBAMA, da Sudema e até mesmo a própria destilaria, mas até agora nada foi feito pela população, por isso resolveu levar o caso à imprensa, no sentido de tentar mobilizar as autoridades competentes para encontrar uma solução para as famílias que está passando fome devido a essa atitude, ainda injustificada, do proprietário da terra.

“Temos várias famílias que estão completamente desabrigadas em termos de agricultura, não tendo onde plantar, e o único lugar que temos é esse, e aconteceu essa invasão de água e a destilaria é a única responsável, pois foi ela que abriu a comporta pra entrar essa água em pleno verão, imaginem que quando a chuva chegou alagou mais ainda”, lamentou o presidente.

Ouvino fez questão de ressaltar que não está agindo com ingratidão com o dono da destilaria, que realizou a cessão do terreno, mas os pequenos agricultores gostariam de uma justificativa para o ato e ainda solicitam que a comporta de água volte a ser fechada para que os 90 hectares de terra voltem a produzir como antes.

Entre os alimentos que os pequenos agricultores produziam estão macaxeira, batata, inhame, jerimum, feijão, milho e diversas verduras.

“Foram seis anos de cultivo por água abaixo, e nós não estamos sendo ingratos com a destilaria, que nos ajudou, e nós cumprimos com a nossa parte no acordo, que é estar fazendo o reflorestamento e plantando, por isso apelamos para sensibilidade, muitas das famílias não tem nem o que comer, a situação está precária, antigamente tínhamos o que comer, hoje não temos nada e as famílias estão sendo obrigadas a pedirem esmolas”, desabafou.


Do PB Agora
Por Márcia Dias/Henrique Lima


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