Desmembrada do município de
Pedras de Fogo através da Lei 3.130 de 27 de dezembro de 1963 a pequena vila de
Caaporã foi EMANCIPADA e tornou-se
cidade com o mesmo nome. São passados, portanto 49 anos de sua EMANCIPAÇÃO, status almejado por todo
povoado, vila ou distrito uma vez que, em tese, significa autonomia, independência,
possibilidade de gerir o seu próprio destino, assim como acontece com o adolescente
que se torna adulto e quer viver a tão sonhada liberdade.
Ocorre que um jovem quando erra
nas suas escolhas, após a emancipação, quase sempre pode contar com a volta segura da casa paterna (ou materna) e assim se recompor para começar de novo. Já para
as cidades essa possibilidade de volta ao ente-mãe
é remota senão impossível. Uma vez emancipada as cidades dependem
exclusivamente das escolhas que fizer para condução dos seus destinos.
Caaporã teve nos seus primeiros
anos, como cidade, gestões que, mesmo com natural dificuldade do processo de implantação,
a conduziram a uma privilegiada condição, em relação às suas vizinhas de mesmo
porte, montando uma racional e eficiente infraestrutura e atraindo indústrias
que em pouco tempo viria a alavancar as receitas do município. Essas primeiras
gestões deixaram marcas de austeridade e competência que ainda hoje se faz ver,
sobretudo, nas escolas construídas e na implantação do Hospital Municipal (posteriormente
subtraído do município e entregue a uma entidade familiar).
Infelizmente as gestões dos
últimos 25 anos (estamos falando de ¼ de século), que corresponde a mais da
metade do tempo decorrido desde a emancipação, não conseguiram, seja por
omissão, irresponsabilidade ou incompetência, reverter em benefício para a
população caaporense o crescente volume de recursos carreado para o município
nesse período.
Escolhendo o caminho do fisiologismo
e da politicagem, as últimas gestões de Caaporã, com poucas exceções, pulverizaram
os recursos, com o inchaço da folha de pagamento e com ações assistencialistas de
caráter eleitoreiro, deixando assim de investir em áreas prioritárias como
educação, saúde e infraestrutura e comprometendo irreversivelmente a capacidade
de investimento do município.
Temos hoje uma cidade rica de um povo
pobre e sofrido cuja maioria fica a mercê do governante de plantão a espera de
um contrato de prestação serviço, que quase sempre não é cumprido, de uma ajuda
financeira temporária, uma cesta básica e outros “benefícios” do gênero.
Enquanto isso são negados direitos,
inquestionáveis, dos servidores efetivos como 1/3 de férias, insalubridade e adicional noturno entre outros. O aumento do magistério sai com cinco ou mais
meses de atraso e sem retroativo. As ruas da cidade continuam sujas e
esburacadas com esgoto a céu aberto e nada garante que o saneamento que está em
execução em algumas ruas vá funcionar, uma vez que nas duas áreas com saneamento
já “implantado” não funciona e o esgoto continua escorrendo pelas ruas.
Na educação além desvalorização dos profissionais do magistério que afrontosamente têm seus direitos negados, as condições de trabalho em alguma escolas são precárias, a merenda via de regra é escassa e de má qualidade. Os professores contabilizam nos quatro anos da atual gestão perdas significativas como o não recebimento do 1/3 de férias por três anos além dos retroativos dos aumentos de dois anos.
A falta de médicos e dentistas nos PSFs é uma constantes, assim como a falta de medicamentos e material odontológico, enfim nada funciona a contento.
Na educação além desvalorização dos profissionais do magistério que afrontosamente têm seus direitos negados, as condições de trabalho em alguma escolas são precárias, a merenda via de regra é escassa e de má qualidade. Os professores contabilizam nos quatro anos da atual gestão perdas significativas como o não recebimento do 1/3 de férias por três anos além dos retroativos dos aumentos de dois anos.
A falta de médicos e dentistas nos PSFs é uma constantes, assim como a falta de medicamentos e material odontológico, enfim nada funciona a contento.
Essa é a Caaporã de hoje, que quero vê-la em breve novamente EMANCIPADA, não mais da cidade-mãe que lhe deu origem, pois isso já aconteceu, mas LIVRE daqueles que se achando seus donos a tem explorado como se escrava fosse.
Haverás de reagir Caaporã e oportunamente soltar o teu brado de liberdade. FELIZ ANIVERSÁRIO!! DESPERTA CAAPORÃ!!!
Haverás de reagir Caaporã e oportunamente soltar o teu brado de liberdade. FELIZ ANIVERSÁRIO!! DESPERTA CAAPORÃ!!!
JOSE CANUTO
Colaborador
Colaborador
*José Canuto, Administrador, pós-graduado
em Gestão de Qualidade pela UFPB, já atuou na administração pública federal, estadual
e atualmente atua na administração municipal. Ocupou o cargo de Gerente
Administrativo no Serviço Estadual de Transportes Urbanos de 1992 a 1993, Secretário
Parlamentar da Câmara dos Deputados de 1993 a 1996, Gerente Administrativo e
Financeiro da EMLUR-JP de 1997 a 2004, Secretário de Administração da
Prefeitura de Caaporã de 2005 a 2008. Desde janeiro de 2009 exerce as funções
de Secretário de Administração do Município de Jacaraú. Contato:
jose.canuto@hotmail.com
Olá Canuto, você deve lembrar de mim, trabalhei na EMLUR no mesmo período que você trabalhou e por acaso enteri nesse blog e tive a grata surpresa vê esse seu artigo. Um belo texto!
ResponderExcluirFaltou vc falá dos agente de edemias mais falou bonito. valeu.
ResponderExcluirCanuto vc deveria escrever com mais frequência, pelo que observo vc só tem escrito no aniversário da cidade, escreva mais vc tem o dom. bjs.
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