Não é de hoje que as polícias Civil e Militar, além do Corpo de
Bombeiros, reivindicam reajuste de salários e melhorias nas condições de
trabalho. E isso acontece há muito tempo. Não é coisa desse governo.
Vem de muito tempo, na Paraíba.
O governador José Maranhão já administrou a Paraíba por mais de uma
década. E sempre teve um péssimo relacionamento com a Polícia,
especialmente a Militar. Chegou, até, a convocar o Exército com tanques
de guerra para enfrentar a PM amotinada na praça em frente ao Palácio.
Agora, em pleno período eleitoral, quando a legislação proíbe aumento
de despesas com pessoal no âmbito do Executivo, o governador envia à
Assembléia Legislativa o projeto de lei de nº 1.892/2010 propondo um
reajuste escalonado para a PM, a Civil e os Bombeiros.
Maranhão, na verdade, joga para a torcida e tenta tirar proveito de
uma situação que se arrasta há muito tempo. O governador tenta se apegar
a popularidade do Major Fábio, que teve pouco mais de quatro mil votos
em 2006 para deputado federal e em 2010 chegou a 68 mil votos.
Esse salto numérico deu-se por conta da luta do deputado federal em
defesa da implantação da PEC-300 no país inteiro. Pegar carona na sua
popularidade é oportunismo de momento e desespero por conta do resultado
das eleições em primeiro.
A Polícia Militar merece não só a PEC-300. Merece, em verdade, uma
PEC 600. Os salários dos militares e dos policiais civis estão
defasados, suas condições de trabalho são péssimas e, por conta disso
mesmo, a violência vem aumentando na Paraíba a olhos vistos.
O governo – qualquer governo – precisa discutir a reestruturação da
Polícia Militar e da Polícia Civil, melhorar seus salários, construir
vilas militares para suas famílias. Ou seja, investir na Polícia, que
tantos serviços tem prestado a Paraíba.
Não se faz política de segurança com enganação. E o projeto do
governo é uma enganação. Visa, em última análise, angariar votos junto
aos familiares dos militares para essas eleições. E nada mais do que
isso.
Do Giro PB
Por: Zé Euflávio
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