Na última sexta-feira (3), o ministro Joaquim Barbosa decidiu levar o
processo do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) para ser julgado no
Pleno do Supremo Tribunal Federal. A apreciação deve acontecer na sessão
da próxima quinta-feira (9). Segundo o advogado Luciano Pires, que
representa Cássio, a corte não deve alterar a decisão que determinou a
posse do tucano no Senado Federal.
No dia 3 de maio, Joaquim Barbosa, que é relator do processo, deu
provimento ao recurso de Cássio com base em decisão do Pleno do STF que
invalidou a Lei da Ficha Limpa nas eleições 2010. No entanto, foram
impetrados três agravos regimentais com o objetivo de reverter a decisão
que beneficiou o ex-governador e em função disso o magistrado decidiu
submeter o processo a uma decisão colegiada.
“Os agravos pedem que a decisão do ministro Joaquim Barbosa seja
revista. Eles (os autores) entendem que o caso do senador eleito não se
enquadra apenas na Lei Complementar 135/2010, conhecida como Lei da
Ficha Limpa, mas também na Lei 64/90 sem as modificações implantadas
pela 13, o que não é verdade”, disse Luciano Pires.
Os agravos são de autoria de dois integrantes do PT, Bivar de Sousa
Duda e José Magliano, e da coligação Paraíba Unida. Todos têm o objetivo
de impedir a posse de Cássio e assegurar a continuidade do mandato do
senador Wilson Santiago (PMDB).
Segundo o advogado, a Lei 64/90 em momento algum foi argumento em
julgamento no STF ou no Tribunal Superior Eleitoral. Luciano destacou
ainda que mesmo que Cássio fosse enquadrado na norma ele não estaria
inelegível. Pois de acordo com ela os detentores de cargo público que
forem cassados, com sentença transitada em julgado, ficam inelegíveis
por três anos a contar da data do pleito em que foi eleito. Dessa forma a
inelegibilidade do tucano teria terminado em 2009.
“Em absoluto não tem como reverter essa decisão, a matéria está
encerrada”, afirmou em tom de confiança Luciano Pires. O advogado
destacou que a tendência é que o processo entre na pauta na próxima
quinta-feira, pois na quarta-feira está marcado o julgamento do italiano
Cesare Battisti, que deve tomar toda a sessão.
Ele afirmou ainda que com a manutenção do posicionamento de Joaquim
Barbosa, o TSE e o Tribunal Regional Eleitoral podem receber
imediatamente a ordem para a diplomação de Cássio. Luciano disse que
isso pode ser feito logo após o julgamento do STF.
Do Paraíba1
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